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Foto do escritorRodrigo Monsores

As Cavernas de Aço





Isaac Asimov nasceu em Petrovich, Rússia, em 1920. Naturalizou-se norte-americano em 1928 e editou mais de 500 livros, entre os quais "O Fim da Eternidade", "Os Próprios Deuses", a série "Fundação" e as histórias de robôs, que ficaram famosas com "Eu, Robô", "O Homem Bicentenário" e "As Cavernas de Aço".


As Cavernas de Aço é um livro pelo qual eu tenho bastante carinho, pois foi o primeiro que li deste autor magnífico. Ele inicia a série de robôs de forma magistral, introduzindo o leitor no universo de ficção científica ao enunciar as três leis da robótica, que acompanharão a trama dos personagens ao longo de todos os livros da série:


1ª Lei - Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano venha a ser ferido.

2ª Lei - Um robô deve obedecer à ordens dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

3ª Lei - Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou com a Segunda Lei.


Essas leis definiram não só as regras gerais para o universo ficcional de Asimov como as de tantos outros autores que nele se inspiraram, seja na literatura ou no cinema. O mais interessante sobre isso, no entanto, é que apesar de definir as leis do mundo robótico, Asimov não cunhou o termo robô.


A palavra robô surgiu originalmente na peça R.U.R, de Karl Capek, a qual foi encenada pela primeira vez em 1921, na Checoslováquia, mas que logo foi traduzida para muitos idiomas. R.U.R significa "Rossum's Universal Robots" [Robôs Universais de Rossum]. Na peça, Rossum, um industrial inglês, produziu seres humanos artificiais para fazer todo o trabalho mundano e liberar os humanos para o ócio criativo. (O termo robô, em Checo, significava "trabalho compulsório"). Lógico que isso não deu certo e os robôs se rebelaram contra Rossum.


Como leitor ávido de ficção científica e de histórias de robôs muito antigas, o mérito de Asimov foi dar forma, vida, regras, leis e consistência ao mundo dos robôs. Mas, ele foi muito além: discutiu questões humanas e sociais profundas em suas obras, utilizando os robôs como pano de fundo. Aí está toda a genialidade do mestre: em linguagem simples, confronta o leitor com a realidade humana ao olhar para a máquina.


Em As Cavernas de Aço, a população da Terra cresceu de modo desenfreado. Visando a otimização do espaço e do tempo dos cidadãos, as estruturas políticas e sociais se alteraram, o que impeliu os humanos a se aglomerarem em gigantescas estruturas de aço, conhecidas como as grandes Cidades.


Os Mundos Siderais, antigas colônias da Terra, não se sujeitavam mais à autoridade de seus colonizadores, e passaram a impor rígidas leis de imigração, a ponto de não aceitarem mais nenhum terráqueo em seus planetas.


Um assassinato na Terra provoca o caos nesse instante, pois a vítima é justamente um Sideral. Convocado para investigar o caso, Elijah Baley precisa se preocupar com uma rede de intrigas que pode provocar um conflito interplanetário. No entanto, nada o preocupa tanto quanto o seu parceiro no caso, cuja eficiência pode tomar o seu emprego, algo cada vez mais comum. Pois o seu parceiro é um robô.


Publicado no início da década de 1950, As Cavernas de Aço é um livro incrivelmente atual, que traz questionamentos sobre o crescimento da humanidade e seu desenvolvimento sustentável no planeta, as desigualdades sociais, o conceito de liberdade e tantos outros que nos fazem pensar sobre o ser humano como indivíduo e parte integrante de um organismo maior, uma célula do planeta Terra.


É uma leitura rica e fluida, que mescla de forma consistente os gêneros ficção científica e literatura policial. Se você gosta de um desses gêneros e ainda não leu, não perca mais tempo. Asimov é a quintessência da ficção científica e se este livro te agradar, será difícil não querer ler as outras obras do autor.


Por: Rodrigo Monsores


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