Rosa Araujo
Paulinho sempre ouviu falar daquele poço e tinha uma curiosidade daquelas de saber o que tinha lá dentro, mas, seus pais viviam falando que não era para ficar escavando esta história, pois poço que ninguém usava poderia ser perigoso e causar acidentes.
Só que parecia que tinha um “bichinho” cutucando a sua cabeça todas as vezes que ele ia e voltava da escola por aquele caminho e via o tal poço. As vezes um coleguinha brincava: “vai ver que lá dentro mora uma alma penada que puxa a gente lá pra dentro…”, outro dizia: “que nada, é o bicho-papão que mora lá. Fica lá o dia todo e de noite sai pra levar as criancinhas que não dormem”. Ele não acreditava em nada disso, mas sabia que tinha algo de diferente lá.
Um sábado à tarde, se aventurou a ir sozinho investigar o tal poço. Precisava desvendar este mistério que tanto o intrigava! Pegou a mochila e colocou uma corda, uma lanterna, o celular velho que o pai tinha lhe dado, um chocolate e uma garrafa d’água. Se sentia um herói de seriado americano.
Lá chegando, olhou para dentro do poço e viu só o escuro. Jogou a luz da lanterna e ficou olhando atentamente para ver se via alguma coisa diferente e… nada. Então, de repente, uma vozinha fininha gritou do fundo:
_ Ei, Paulinho, me tira daqui!!!!!!
O menino se arrepiou todo e perguntou:
_ Como você sabe o meu nome?
_ Eu sei o nome de todo mundo que mora nessa cidade, agora me tira daqui logo!
O menino ficou indeciso. Quem seria essa pessoa? Seria uma pessoa? E a vozinha continuava a berrar:
_ Eu preciso sair daqui! Você tem que me ajudar!!!!
Resolveu confiar e jogou a corda. Qual não foi a surpresa de Paulinho, quando viu na ponta da corda, um macaquinho marrom, serelepe e falante que o abraçou apertado e disse:
_ Obrigado! Sou, na verdade, um gênio aprisionado por um mau bruxo, que não gostava de mim. Por ter me salvado sem pestanejar, te concedo um desejo, pense bem no que vai pedir!!
Paulinho pensou e disse:
_ Desejo que você feche para sempre esse poço que te aprisionou, para que ninguém possa mais ficar preso aí dentro.
O macaquinho, emocionado com o bom coração do menino que não formulou um desejo egoísta, não só fechou o poço, como também fez crescer flores coloridas no lugar e disse:
_ Essas flores são para celebrar a sua bondade e a nossa grande amizade, pois só uma criança de alma boa poderia me salvar sem medo. Obrigado. Um dia eu volto para te visitar. E foi embora, deixando Paulinho de alma leve e pensando quando veria o seu amigo gênio de novo.
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